A onça e o lobo

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A onça e o lobo - Parte 2
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— Ah, comadre, peça-me tudo menos isso. Você nem imagina os estragos que ele fez com seusmalditos espirros. Não me atreveria a tal aventura.
Pois queira ou não queira, vai me mostrar o bicho, ou então não sairá daqui com vida.
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Está certo. Mas temos de tomar todo o cuidado possível. Eu — com sua licença — posso correr mais que a senhora. Assim, levaremos um cipó, daqueles que não arrebentam nunca. Amarro uma das pontas no pescoço da comadre e a outra em minha cintura Em caso de perigo, se for preciso fugir, a comadre e eu corremos...
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o Lobo amedrontado disse.
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Partiram. A Onça com o cipó atado no pescoço, e o Lobo muito respeitoso e tímido, a puxá-la.
Quando chegaram ao destino, o “bicho-homem”, surpreendido, ao avistá-los, tirou da cinta agarrucha e lascou fogo, isto é, espirrou, uma, duas vezes, foi um estrondo dos diabos. O Lobo, então, mais que depressa, disparou numa corrida desabalada, empenhando um enorme esforço para arrastar a Onça pelo cipó “que tinha atado no pescoço dela”.
De repente, já muito distante, sentiu que a Onça estava mais pesada. Então parou, e contemplou a companheira estendida no chão, com os dentes arreganhados, sem o mais leve movimento. O Lobo sem perceber que a Onça tinha morrido enforcada no laço do cipó, mas pensando que apenas estivesse cansada, disse-lhe tremendo que nem vara verde:
Eh, comadre! Não ri, não, que o negócio é sério.

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