O diálogo da relativa grandeza
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- Minha tia vai "mindar" um livro de história igual o de Millton.
- É vantagem sim, posso guardar e ler de novo.
- Falei não. Falei não. Falei não...
- "Deferente" eu não quero, quero aquele livro.
- Falou sim. Falou sim. Falou sim.
- Vantojoso é ganhar um diferente, para ler outra coisa e aprender.
- Você falou "deferente"?
- Não é "mindar", é me dar. E isso não é vantagem nenhuma.
- E a propósito,pare de judiar o louva-a-deus, vai acabar matando ele!
- Eu não estou judiando ele, estou apenas olhando!
- Qual será o nosso tamanho verdadeiro? E se a terra é um bicho grande e nós somos apenas pulgas dele?
- Pra ele, o vento, é uma tempestade. Será que nossas tempestades é alguém brincando com a gente?
- Eu tenho um metro e vinte e tantos, a mamãe até fez uma marcação na parede.
- Quando você vai parar de perturbar esse bicho? Olha o seu tamanho!
- Se somos micuins, como "vejo eu", vejo você e minha mãe.
- Ih Doril!Você tá bobo hoje!
- Nós somos como micuins de tão pequenos que somos.
- Você não sabe nem o meu nem o seu tamanho.
- Mas em metro de anão ou em metro invisível?
- Porque micuim vê micuim.
- Boba é você que não sabe de nada.
- E os coqueiros são o que?
- E aquele morro lá longe?
- E onde você aprendeu isso?
- E eu sou o que?
- Não é morro. Você pensa que é porque você é formiga. Aquilo é um montinho de terra que cabe num carrinho de mão
- Em nenhum lugar, eu que descobri.
- Você é uma formiga de dois pés.
- Eles são pés de salsa.
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