Vamos com calma — disse Armando. — O Euclides da Cunha era um homem de seu tempo, refletia as idéias de sua época. E, de fato, raça era um conceito muito usado en-tão. O que eles achavam ruim era a mistura das raças. Agora, lendo o livro; vocês observam que o autor vai mudando de idéia. Vocês sabem que se trata de uma campanha militar contra os seguidores de Antônio Conselheiro. [...]
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Pois eu penso diferente. Acho que o Zé é um ser humano como a gente, e acho que ele tem um problema. Um problema que nós não sabemos qual é. Mas temos de descobrir, para poder ajudar o cara.
Eu não mudei de opinião. Acho essa gente do nosso interior um atraso. E acho que esse Zé Cabrito é um exemplo disso. Ele é igual àquela descrição que o Armando leu primeiro.
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A discussão poderia se prolongar indefinidamente, mas, olhando o relógio, vi que já era tarde.
Vamos deixar os nossos professores descansarem, outro dia a gente continua esse papo.
E fomos embora. Eu ia levando comigo Os sertões, queArmando tinha me emprestado, felizmente, para mim, ele tinha outro exemplar. Sempre gostei de ler, minha mãe conta que, se eu gostava de um livro, varava a noite lendo-o, e a obra de Euclides despertara minha curiosidade. Mas, até aquele momento, era só um livro a mais. Não imaginava o papel que, nas semanas seguintes, a obra de Euclides desempenharia em minha vida. Na vida de todos nós.
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