E lá foi ele deitar. Descansou e descansou, porém depois de uns 20 minutos, acordou.
Por falar nela, coitada, doente há tempos, seus dias estavam contados. Morreu tão jovem... Os Garcia e o amigo ficaram abalados.
Ele ouviu um barulho, ouviu um discurso, Garcia estava declarando seu amor por Maria Luísa... Fortunato sempre desconfiou que estava sendo traído, mas nunca tivera certeza...
Minha querida Luísa, meu anjo, gostaria de ter passado mais tempo contigo, de ter desfrutado melhor de seus beijos e doces palavras... Sentirei muito sua falta...
Fortunato, que acompanhou todo o processo da morte da esposa, estava muito cansado. Garcia percebeu isso, e logo mandou o amigo ir descansar, dizendo que iria depois.
Essas palavras.. não possuíam nenhum sentido de amizade, as lágrimas de Garcia vinham de seu coração partido, sua dor era imensa, soluçava enquanto falava mais sobre seu amor. Tudo isso enquanto Fortunato observava da porta.
Fortunato olhando aquilo, sentiu algo queimando, não era ciúme, desespero, nem raiva. Era um prazer ao ver a dor do coração partido, as lágrimas que duraram muito, muito tempo. Ele sempre sentiu um certo prazer ao ver pessoas sofrendo, mas nada que se comparasse a isso. A essa explosão de desespero.
Essa coisa estranha que levou Fortunato a criar a casa de saúde, sempre foi seu maior impulso, esse prazer sempre foi sua causa secreta.