Meu sonho é conhecer esse mundão, crescer na vida e ajudar a minha família. Acho que estou no caminho certo!
Quando aprovado na Marinha, morou na Escola de Aprendizes-Marinheiros em Recife e depois seguiu em definitivo para o Rio de Janeiro. As coisas não foram bem como ele pensava, as condições de vida não eram fáceis para os novatos, mas Cortez, como era chamado, persistia e se deslumbrava com o mar e com suas viagens. Viagens essas que fazia questão de contar para a família através das muitas cartas que enviava contando suas aventuras
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Cortez fez suas escolhas. Enquanto muitos marinheiros, longe da família e sentindo-se sós, iam beber nas noitadas, ele continuou a estudar, pois acreditava que o estudo o levaria para terras distantes.Nessa época, conseguiu moradia na casa do primo Joquinha e mesmo depois de passar o dia no navio e depois ir para a escola, ainda ajudava com as tarefas de casa.
Com mais estudo comecei a questionar as condições de vida precária da Marinha e em 1962 ingressei na Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil, que ministrava cursos e oferecia ajuda médica e jurídica para os praças.Com o crescimento da Associação e a participação nos movimentos políticos, denunciando as injustiças que aconteciam a bordo, em 25 de março de 1964, acabei sendo expulso da Marinha.
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CORTEZ
As margens ficam muito estreitas e o rio, que pensava ter chegado ao mar, novamente se agita. Com a saída da Marinha, Cortez ia se virando, fazendo de tudo um pouco.Um dia, como um farol que ilumina um barco, a irmão de Joquinha lhe sinalizou um novo rumo e lá foi Cortez par São Paulo, onde trabalhou primeiro em um estacionamento, mas depois, com muito sacrifício, quando começou a cursar Economia na PUC-SP, conseguiu autorização para montar uma pequena banca e vender os livros adotados pela Universidade aos estudantes.