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0 bairro é simples, com ruas estreitas e casas de tijolo. Na esquina de umaladeira, destaca-se uma loja cheia de delicias: bolos de todo tipo, decorados,inteiros ou divididos em porções, além de doces em geral. Atrás do balcãoestá Andreia, 14 anos.

- Boa tarde, Andreia. Foi a diretora da sua escola que me indicou você,disse que ajuda sua mãe e já faz bolos ótimos. É verdade?

Não é bem assim. Ajudo no balcão, só quando tem uma grandeencomenda é que eu vou com a mãe pra cozinha. Ai eu bato clara em neve,preparo recheio, enrolo docinho, coisa assim.

Conta um pouco sobre essa loja. Quem começou isso, como foi?

Foi minha avó, dona Ermelinda. Ela sempre teve boa mão pradoce. Levava bolo pra festa da igreja, assim doação pra quermesse.Ai, tinha um aniversário, pediam pra ela.

- Agora fale mais sobre você, o que você faz aqui. Estuda de manhã, que eu sei. Edepois, fica todo dia na loja, ajuda na cozinha, como é que é?

-É, estou no turno da manhã, no sexto ano. Aqui perto. De tarde,fico na loja, vendendo doce.-É, estou no turno da manhã, no sexto ano. Aqui perto. De tarde,fico na loja, vendendo doce.

Fale um pouco sobre seus planos futuros. Você acha que ajudar na loja éimportante pra você se decidir por uma carreira? Você quer ser doceira igual suamãe?

- Acho que não. Quer dizer, ajudar sempre eu vou, né? Em época defestas, coisa assim. Mas não queria ser doceira mesmo.- Acho que não. Quer dizer, ajudar sempre eu vou, né? Em época defestas, coisa assim. Mas não queria ser doceira mesmo.

- E quanto a estudos, outra carreira... o que você gostaria de fazer?

- Ah, tanta coisa... acho bonito Psicologia. Ou ser professora...acho que professora de Matemática, eu vou bem em Matemática.Mas se eu abrir a loja de roupa, vai ser legal.