Muito bem! Para Nozick isso é uma intromissão abusiva do Estado na vida individual. Se os bens não tiverem sido adquiridos de forma fraudulente, esses bens pertencem às pessoas. Se o Estado lhes retira parte desses bens sem o seu consentimento...
Exato. Se o Estado cobrar em impostos 25% daquilo que uma pessoa ganha, para distribuir aos outros, estará na prática a obrigá-la a dar uma semana do seu trabalho aos outros, o que equivale a trabalho de escravo
Está a violar os seus direitos de propriedade e uma sociedade não pode ser justa, faz a divisão de riquezas desta maneira.
Como Nozick é defensor da ética deontológica, este considera que tirar a uns para dar a outros sem o seu consentimento, é tratar as pessoas como se elas não fossem pertença de si próprias, ou como diria Kant, meros meios para atingir um fim, violando os seus direitos mais básicos.
Sim mas vamos para a sala estas cadeira são rijas.
Afinal não é assim muito complicado.
Claro que não, vamos agora à crítica de Sandel.
Para Sandel, somos o resultado da educação e da sociedade. As nossas escolhas não podem ser isoladas porque estão enraizadas na sociedade. Sandel tem uma conceção do ser humano que não é real, no sentido em que uma pessoa não pode fazer uma escolha, não tendo em conta a sua sociedade.
Ora bem. Sandel é um comunitarista, ou seja, são os que caracterizam o bem comum como aquilo em nome do qual se avaliam as preferências individuais. Ou seja, só a comunidade permite encontrar, em conjunto, o modo de vida que define uma boa vida, que é afinal o bem comum.
Correto, mais uma vez. Sandel critica o véu da ignorãncia pois implica uma escolha demasiado isolada, fazendo-nos tornar em pessoas desenrizadas e desprendidos de qualquer laço social.
Ou seja, Sandel deve ir criticar o véu da ignorãncia.
Para alêm do facto que não basta as nossas ações serem imparciais para serem boas.
E não só. Avaliar uma escolha como boa ou má é questão moral, mas o véu da ignorãncia coloca as pessoas numa situação anterior a qualquer moral, pois exige que as escolhas sejam feitas por seres racionais que têm em conta apenas os seus interesses pessoais, e desta forma que Sandel refuta a regra maximin.
Então o véu da ignorãncia apenas serviria para nos esquecermos do nosso próprio eu, que é socialmente construido.
Muito bem filha. Como viste não é assim tão difícil como pensavas.
Obrigada mãe, ainda bem que és doutorada em filosafia.